poniedziałek, 15 listopada 2010

O anti-herói heróico- Os Cus de Judas


A reflexão literaria sobre o protagonista, antigamente chamado herói é muito actual no romance de ALA. O imaginário popular cria sempre os heróis da guerra, quanto a guerra colonial a situação complica-se bastante. È dificil dizer quem é herói e se esta exressão pode ser usada nos nossos tempos. A relativização destói os mitos dos guerreiros nobres por um lado mas por outro dá-nos a possibilidade de conhecer os factos. Em Os Cus de Judas não existem heróis, existem só seres humanos tais como são com suas fraquezas, necessidades, emoções e medos, com carne sangue e ossos. No livro de ALA o narrador da história é ao mesmo tempo uma das personagens do romance, mas será que é a guerra é o protagonista, o anti-herói? A discussão à volta dos chamados heróis da literatura está muito interessante porque «o conceito de herói está estreitamente ligado aos códigos culturais, éticos e ideológicos, dominantes numa determinada época histórica e numa determinada sociedade» ( Silva, Manuel de Aguiar e, Teoria e Metodologia Literárias) Qual foi o ideal do herói no tempo da publicação do romance e qual é hoje? Acho que o protagonista no romance de ALA é um anti-heroi por definição o herói «espelha os ideais de uma comunidade ou de uma classe social, encarnando os padrões morais e ideológicos que essa comunidade ou essa classe valorizam». Portagonista do romance, jovem médico da pequena burguesia não representa nenhum dos valores de Estado Novo, é como dizem os autores do livro The politics of war memory and commemoration «heroic antihero» descaradamente criticando o Estado Novo e as beatas salazaristas. Na imagem abaixo podemos ver quais foram estes valores, ou melhor princípios. Nacionalismo, a defesa do colonialismo, patriotismo e culto dos heróis, cristianismo e valorização da família e do trabalho rural. Os trechos do livro, as vezes obscenos, outras vezes sarcásticos não deixam dúvidas que o médico é um anti-herói salazarista po definição.

«As Senhoras Do Movimento Nacional Feminino vinham por vezes deistrair os visions da menopausa distribuindo mdalhas da Senhora da Fátima e porta-chaves comaa efígie de Salazar, acompanhadas de padre-nossos nacionalistas e de ameaças do inferno bíblico de Peniche, onde os agentes da PIDE superavam em eficácia os inocentes diabos de garfo em punho do catecismo. Sempre imaginei que os pêlos dos sus púbis fossem de estola de raposa, e que das vginas lhes escorressem, quando excitadas, gotas de Ma Griffe e baba de caniche, que abandonavam rastros luzidios de caracol na murchidão das coxas.»

«Èramos peixes, somos peixes, fomos sempre peixes, equilibrados entre duas águas na busca de um compromisso impossível entre a incomformidade e a resignação, nascidos sob o signo da Mocidade Portuguesa e do seu patriotismo veemente e estúpido de pacotilha, (…) espiados pelos mil olhos feozes da PIDE, condenados ao consumo dos jornais que a censura reduzia a louvores melancólicos ao relento de sacristia de província do Estado Novo»(Os Cus de Judas)

2 komentarze:

  1. A tua entrada afigura-se-me confusa e pedia-te que a reformulasses para que se torne mais claro o que queres dizer. É preciso tornar as frases mais curtas, pontuar devidamente e separar ideias diferentes em parágrafos. Neste momento, tens vários conceitos em discussão entre os limites do herói e do anti-herói e não sei muito bem quais se ligam a quais. E lembra-te de que não é obrigatório fixar a voz do narrador num dos pólos. Será mesmo um anti-herói o narrador de Cus de Judas (sublinhado ou itálico), ou seja, encontrar-se-á mesmo nos antípodas do conceito de heroísmo (clássico? romântico? modernista? pós-modernista?)?

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  2. Eu acho que o narrador de Os Cus de Judas( os atalhos para italico e sublinhado não funcionam...)pode enquadrar-se na categoria do herói pós-moderno. Como dizem os autores do livro por mim referido é um anti-herói heróico que tenta reconstruir a sua humanidade. Quanto aos conceito de herói classico, romantico e modernista acho que o jovem médico encontra-se longe destas categorias. Basta referir o ideal clássico e romántico. O narrador não luta porque quer, simplesmente ficou obrigado a lutar. Outra coisa ainda, ele não respeita o poder, os seus procedimentos não são de acordo com o código moral. Ele não reage para proteger as mulheres não é nobre. É humano.

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