poniedziałek, 22 listopada 2010

Imagem poética em Os Cus de Judas

A beleza do estilo de ALA está composta por vários factores, linguagem, tamática dos romançes e a sua abordagem. Porém, o que aprecio mais é a capacidade de criar imagens poéticas. ALA é capaz de criar imagens de modo semanticamente económico. Em vez de introduizir descrições longas e pormenorizadas o autor prefere uma linguagem trabalhada, exacta que tenta captar a realidade de forma concreta, concentrando-se no pormenor. As imagens poéticas estão criadas por várias figuras retóricas tais como a metáfora e a metonimia. A economia do estilo de ALA faz com que o leitor não fique aborrecido com a longa descrição, rapidamente capte a imagem adequada. Esta estratégia permita também uma abordegem bem perspectivada do tema, ou seja em 196 páginas encontramos muitíssima informação, detalhes e observações. A riqueza da obra está criada também pela anamorfose, mas deste fenómeno tratarei em outra entrada. Abaixo vão os fragmentos do romance que na minha opinião são uma das provas da perfeição do estilo de ALA.

«Depois do jantar, o motor reticente da electricidade dava corda a uma constelação de candeeiros gagos que aclarava de viés o renque das mangueiras, arrancando ramos trágicos do escuro»

«o amor barato e rápido em compartimentos abafados,aclarados por pavios indecisos de petróleo que coloriam as paredes de barro de uma ilusão de capelas»

«O seu corpo escapa-se me como membros se nos escapam com o sexto drunfo, independentes de nós, flutuando gestos de polvo a que falta o arame dos ossos, e por dentro da sua cabeça giram pensamentos idecifráveis de que me sinto expulso, condenado a permancecer, de pé e à espera, no capacho da entrada dos seus soslaios irónicos, à maneira, sabe como é, de uma lata de conservas de que e não tem a chave»

«São Salvador, La Paz, Buenos Aires, Montevideu, edifícios de andares que as maçãs de Adão dos elevadores percorrem de contínuo para baixo e para cima em deglutiçãoes incessantes vomitando funcionários escuros, de bigodes, cujos sorrisos se abrem como cortinas sobre dentes de oiro de uma amabilidade carnívora»

«De chinelos na coinha, você prepara um café forte como um electrochoque que a projecte para fora do seu invólucro de sono na direcção do emprego»

1 komentarz:

  1. Não gostarias de esmiuçar os excertos que apresentas e mostrar como se constrói a anamorfose? onde estão as metáforas, as metonímas, as referências externas? Que campos semânticos é que elas tendem a evocar? Que partes se escolhem para representar o todo? Valeria a pena uma análise de tipo "close-reading" (leitura metódica)

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