niedziela, 12 grudnia 2010

Como constrói-se a anamorfose


De acordo com o pedido de Zé vou debruçar-me mais sobre a anamorfose. Abrem por favor o livro na página 59 (Os Cus de Judas 7ª edição de editorial Vega)

O narrador está no bar com a misteriosa mulher, bebem, ele pede que ela o escute e este é o ponto de partida para a anamorfose.

« preciso tanto que me escute, me escute com a mesma atenção ansiosa com que nós ouvíamos os apelos do rádio da coluna debaixo de fogo(...)»

O narrador está no bar, precisa muito que alguém o ouve, seja a mulher, seja a sociedade que ela pode representar, precisa de ter um interlocutor para sentir-se menos só e mais seguro. Este sentimento traz-lhe a lembrança da guerra em que ele tinha de ser muito concentrado, tinha que ouvir as ordens. A anamorfose neste trecho é a anamorfose espaço-temporal, o narrador muda a localidade e o tempo, volta atrás, de agora para ontem e de Lisboa para Angola. No mesmo parágrafo o narrador volta para o bar para depois recordar outra vez em que ele ouvia atentamente, tão atentamente como precisa de ser ouvido agora.
«escute-me tal como eu me debrucei para o hálito do nosso primeiro morto»
Parece que as emoções que o narrador sentia, o modo como ele tinha de reagir transformam se em sua necessidade. Agora é ele que precisa de ser ouvido, é a mulher que tem de se debruçar para ouvir que ele ainda está vivo, que apesar de passar pela guerra continua vivo. 

1 komentarz:

  1. Análise muito superficial e insuficiente do fenómemo da anamorfose no romance

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